Microbiota: o que sabemos é uma gota. O que não sabemos é um oceano.
A microbiota intestinal é cada vez mais reconhecida como importante componente da manutenção da saúde e participação em várias doenças. Mas o que é a microbiota intestinal? É o conjunto de microrganismos vivos, que podem ser bactérias, fungos, protozoários e até vírus que colonizam o trato digestivo. Sua composição é influenciada por diversos fatores e parece ser determinada já dentro do ventre da genitora.
Além disso, sua composição pode mudar devido idade, uso de antibióticos, inibidores de bomba de próton (omeprazol por exemplo) e álcool, infecções, gravidez e mudanças do estilo de vida. A interação ambiente e fatores do indivíduo parece ser determinante neste processo.
Mas porque estamos estudando tanto a microbiota? Porque a chave na compreensão de várias doenças pode estar no entendimento da microbiota. Reconhecemos hoje uma condição chamada disbiose, a qual se caracteriza por haver um desequilíbrio entre esses microrganismos, especialmente bactérias, com aumento de certas populações de bactérias em detrimento de outras e podendo causar o processo de doença.
Vamos citar algumas das doenças que já foram ligadas à disbiose:
-Doenças inflamatórias intestinais como Doença de Crohn e Retocolite ulcerativa. A disbiose desregulando o sistema imune intestinal e aumentando secreção de produtos inflamatórios;
-Esclerose múltipla;
-Asma;
-Síndrome metabólica e esteatose hepática;
-Lúpus eritematoso sistêmico;
-Artrite Reumatóide.
O aparecimento de todas essas doenças parece se dever a uma desregulação do sistema imune devido uma interação desfavorável entre os determinantes genéticos do indivíduo e a disbiose.
Já foram propostos esquemas terapêuticos com probióticos e transplante fecal, porém que ainda necessitam mais estudos.
Sabemos muito pouco ainda e estamos longe de entender esse assunto tão fascinante. Mais estudos estão por vir e no futuro esperamos que a melhor compreensão da microbiota nos leve a tratamentos eficientes para estas doenças.